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2012 - Livro Vermelho 2013

Laurembergia tetrandra (Schott) Kanitz LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 13-09-2012

Criterio:

Avaliador: Daniel Maurenza de Oliveira

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

L. tetrandra é uma herbácea com ocorrência em formações aquáticas e restingas da Mata Atlântica e Cerrado. Possui EOO superior a 20.000 km², sendo categorizada sem risco de extinção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Laurembergia tetrandra (Schott) Kanitz;

Família: Haloragaceae

Sinônimos:

  • > Laurembergia angolensis ;
  • > Laurembergia engleri ;
  • > Laurembergia repens subsp. brachypoda ;
  • > Haloragis tetrandra ;
  • > Serpicula repens var. brachypoda ;
  • > Laurembergia tetrandra var. brachypoda ;
  • > Laurembergia villosa ;
  • > Serpicula brasiliensis ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Fl. Bras. 13(2): 378. 1822. Espécie relativamente rara, característica por apresentar os caules avermelhados e flores extremamente reduzidas, avermelhadas e axilares (Aona; Amaral, 2003).

Distribuição

Endêmica do Brasil; ocorre nos Estados de Pernambuco, Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Amaral, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas polígamo-monóicas, de até 32 cm de altura, perenes, rizomatosas; heliófitas; anfíbias ou emergentes; coletada com flores e frutos quase o ano todo (Mora-Osejo, 1988; Bove et al., 2003; Aona; Amaral, 2003).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexploração dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1.1 Agriculture
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os Cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação

4.4.3 Management
Observações: Ocorre em unidade de conservação (SNUC): Parque Nacional da Chapada Diamantina, no Estado da Bahia (CNCFlora, 2011).

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada "Em Perigo" (EN) pela Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

Referências

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- AMARAL, M.C.E. Laurembergia tetrandra in Laurembergia (Haloragaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB017766>.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- STEHMANN, J.R. HALORAGACEAE. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.289, 2009.

- MORA-OSEJO, L.E.; FERNÁNDEZ-ALONSO, J.L.; BERNAL, R.G. Hallazgo de Laurembergia tetrandra (Schott ex. Spreng.) Kanitz (Haloragaceae) en Colombia., Acta Botanica Colombiana, Bogota, Universidad Nacional, n.68, 1988.

- BOVE, C.P.; GIL, A.S.B.; MOREIRA, C.B.; ANJOS, R.F.B. Hidrófitas fanerogâmicas de ecossistemas aquáticos temporários da planície costeira do estado do Rio de Janeiro, Brasil., Acta Botanica Brasilica, v.17, p.119-135, 2003.

- AONA, L.Y.S.; AMARAL, M.C.E. Laurembergia (Haloragaceae). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; MELHEM, T.S.; GIULIETTI, A.M.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP/Rima, p.105-107, 2003.

Como citar

CNCFlora. Laurembergia tetrandra in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Laurembergia tetrandra>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 13/09/2012 - 14:48:37